Chegou no final de maio às plataformas “Encantado”, sexto disco autoral do cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista Silva. Veio precedido de um “imenso desejo” de compor e apresentar coisas novas, nas palavras do artista. “Estava sentindo falta de compor, de fazer músicas que causam emoções, que arrepiam”, comenta Silva, cuja inspiração para o nome e o conceito geral do trabalho surgiu em 2022, enquanto ele assistia ao desfile das escolas de samba do Rio, na Marquês de Sapucaí.
“Essa coisa do encantamento me lembra os músicos impressionistas, que me lembra o berço da música brasileira, que me lembra o samba. Me lembra tudo que tem de melhor em nossa cultura. E sinto que agora é como se eu estivesse tendo a chance de me reformular e me apresentar de novo para as pessoas. Prazer, meu nome é Silva, encantado”, diz o capixaba, que no álbum canta, toca piano, sintetizador, guitarra, violão, baixo e violino, além de assumir a produção musical ao lado de André Paste.
O maestro Arthur Verocai, o cantor e compositor Marcos Valle, a fadista Carminho, o cantautor Jorge Drexler e a lendária Leci Brandão integram o time de participações de altíssimo quilate ao longo das faixas, todas escritas por Silva, por seu irmão, Lucas Silva, ou pelos dois juntos.
Celebrando 40 anos de criação em 2024 (39 desde o lançamento do seu primeiro compacto), o Biquini Cavadão tem tido parceiros variados no projeto Vou Te Levar Comigo, em que regrava sucessos seus em novos gêneros. A banda de forró Falamansa foi a escolhida para revisitar “Dani”, criação da banda com o compositor e músico Manno Góes.
“Esse projeto aponta nossas músicas para um encontro com vários estilos bem diferentes. Ao juntarmos o dobro de Coelho com o ukulele do cantor Tato, ou mesmo ao integrar zabumba, triângulo e sanfona ao som do Biquini, nos divertimos com os resultados e com o prazer de tocarmos com amigos”, diz Bruno Gouveia, vocalista do Biquini.
Tato, do Falamansa, também celebra:
“É um prazer e um grande orgulho fazer parte deste projeto com uma banda que, para mim, é um exemplo neste meio musical.”
Edições anteriores desses cruzamentos, que começaram em 2019, tiveram convidados como Péricles e a dupla Matheus e Kauan. Os próximos, adianta o Biquini, serão Fagner e o jornalista e apresentador Alex Escobar.
Duda Beat volta (ainda) mais eletrônica em seu novo álbum, o recém-lançado “Tara e Tal”, com 12 faixas que transbordam hedonismo, sexualidade e liberdade feminina. Compostas por ela e pela dupla Lux & Troia (que também produz o álbum) ao longo de dias de imersão numa ilha, formam um conjunto que, nas palavras da cantora e compositora, trazem “a liberdade de se divertir sem ter vergonha de rir sobre si.”
“É muito legal se isolar para fazer arte. Todas as vezes em que viajo para fazer esse tipo de imersão, vou para a serra. Desta vez, tive a oportunidade de ir para uma praia. Foi muito doido porque eu queria fazer uma coisa mais solar. Acabou chovendo praticamente todos os dias, mas rendeu essas músicas animadas. Tem a ver com a minha nostalgia de escrever música para pista. Lembra este momento em que eu ia para as pistas e tendas eletrônicas de Recife, no começo dos anos 2000, para me divertir com as minhas amigas. Coloquei um pouco desta atmosfera”, ela explicou em entrevista à revista Quem.
Liniker, Nação Zumbi e Lúcio Maia participam de algumas faixas
Lucy Alves e Gaby Amarantos dividem o recém-lançado single “Tudo Que Eu Faço É Com Primor”, primeira collab entre as duas e uma celebração às mulheres nortistas e nordestinas. "Mulher nordestina, do Sol que ilumina/ Em mim tenho a força das ondas do mar/ Determino o que faço, conquistando espaço/ Chego aonde quero chegar (…) Com bravura sou forte, uma mulher do Norte/ Carrego a força de quem faz/ Sou independente/ Defendo o que penso e sou primorosa demais”, dizem trechos da letra escrita pelas compositoras Zélia Santti e Mazé Cavalcante.
“Eu tenho tudo a ver com essa música, e essa música comigo. Eu, como mulher preta nordestina, estou muito feliz de estar aqui e acredito que estou representando muitas”, vibrou Lucy.
“Além de falar dos sabores da minha terra, eu sinto que o Norte e o Nordeste são duas regiões coirmãs; a gente tem muita conexão”, completou Gaby, que adiantou já estar preparando “Technoshow 2”, no embalo de “Technoshow”, que ano passado lhe rendeu o Grammy Latino de álbum de música de raízes em português.
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O single, na sua plataforma de streaming favorita
Com o álbum “Nesse Exato Momento”, que comemora suas duas décadas de carreira, o pernambucano Almério por fim pode se sentir pleno. “É o trabalho que mais me representa”, resume.
A faixa-título, composição de Zélia Duncan e Juliano Holanda, o deixou “eufórico” logo na primeira audição, como descreveu ao diário mineiro O Tempo: “Me arrebatou porque eu sou muito atento às coisas que estão à minha volta, e, de uma certa maneira, viver de arte é ter esse pacto com o tempo. Estar presente no agora e olhar as transformações acontecendo para que, de alguma forma, a gente possa interferir positivamente na vida das pessoas.” Nos vocais da faixa, um dueto com Chico Chico, filho de Cássia Eller.
Maria Bethânia, Mariana Aydar, Juliana Linhares, Zé Manoel são outros dos parceiros que aparecem ao longo das 12 canções cheias de referências homoafetivas e toda a liberdade que o cantor e compositor transborda em seu trabalho.
O Planet Hemp lançou no final de maio o videoclipe da faixa “Jardineiro”, canção integrante do seu mais recente álbum, “Jardineiros”. Gravado numa fazenda no interior do Rio de Janeiro onde há uma plantação legal de maconha para fins medicinais, o vídeo teve direção de Rapha Erichsen e direção de fotografia de Rodrigo Poerner.
“Estar em um lugar que simboliza a luta e a vitória da cannabis no Brasil deu um significado ainda maior para o clipe”, afirmou Marcelo D2, que forma o Planet Hemp com BNegão, Pedro Garcia, Formigão e Nobru. “Queremos que as pessoas vejam o vídeo e reflitam sobre quem realmente está ganhando com a proibição e quem é prejudicado por ela. A discussão sobre a maconha não deve ser apenas sobre o uso recreativo, é uma conversa sobre direitos, saúde e justiça social”, completa.
Desde o início da sua trajetória, a banda vem militando pela causa, expressa já no título do seu álbum de estreia, “Usuário”.
O trio paranaense Tuyo estreou em meados de maio a turnê do disco “Paisagem”, lançado por eles em abril. Com pegada e letras solares e mais otimistas que as dos dois álbuns anteriores — mas ainda marcadas por reflexões profundas e poéticas sobre as relações humanas —, o trabalho criado por Lio, Lay e Machado foi composto durante uma viagem deles.
Em entrevista para a Billboard Brasil, Lio disse que o lançamento foi lapidado sem pressa nem afobação. “A gente nunca foi assim”, brincou a artista, que foi uma das dez participantes do primeiro songcamp só de mulheres realizado pela UBC, em fevereiro, em Minas Gerais. “Se você for ver bem, no primeiro disco, se desse ruim, era só dizer que era o primeiro.”
Agora, eles contam com participações como o maestro Arthur Verocai e a cantora e compositora Luedji Luna, e a produção é de VHOOR, JLZ e Lucs Romero.
Uma imersão na comunidade indígena Sateré Mawé - e em seus rituais - deu a Amaro Freitas uma visão diferente da Amazônia. E um bonito disco. “Y’y”, palavra do dialeto Sateré Mawé que significa “água” ou “rio”, é o título de um álbum de nove faixas que sai pelo selo americano Psychic Hotline. Nele, Freitas usa o método do piano preparado, criado pelo norte-americano John Cage, para literalmente colocar no instrumento sons que evocam a floresta e seus povos.
“Foi um período muito gratificante, de muito aprendizado, de um sentimento extremamente novo sobre o Brasil, que nos falta quando estamos estudando na escola e mesmo ao longo de nossa vida”, disse Freitas, sobre sua experiência amazônica, em entrevista à revista Carta Capital.
Os elementos que ele usou para obter o resultado incluem pregador de roupa, jogo de dominó, sementes amazônicas e fitas.
“Ia colocando objetos dentro do piano, e nem tudo funcionou. Numa parte, no meio do piano, tem três cordas para um único som. Tive a ideia de colocar um pregador, e ele abafou as três cordas. Continuei praticando, mas o pregador de varal pulava. Aí, coloquei uma fita crepe na ponta do prendedor, e essa fita criou uma liga que permitia que o pregador ficasse fixo no piano. Teve uma hora que levei o prendedor no fim da corda e, daí, escutei um som de tambor. Foi uma sonoridade incrível.”
A experimentação e a liberdade foram totais neste trabalho que reflete de modo essencialmente autoral as experiências amazônicas do artista. Todas as canções foram escritas por ele, e a produção é sua e de Laércio Costa e Vinicius Aquino.
A forrozeira Andrezza Formiga lançou no final de maio “É Só Triscar”, single escrito por ela e Roberto Cruz, e que é sua grande aposta para a temporada das festas juninas e julinas. Oriunda do subgênero pé de serra, a cantora e compositora pernambucana vem crescendo ao combinar estilos variados de forró. Sucesso de público e crítica, com indicação ao Prêmio da Música brasileira e DVD gravado ao vivo em Campina Grande — além de participações frequentes no são-joão da cidade e no de Caruaru, Formiga se lançou no mercado fonográfico em 2010.
“Estou muito feliz em poder comemorar mais de dez anos dedicado à música nordestina, podendo fazer o que mais gosto: cantar, dançar e ser feliz nos palcos. Sigo muito animada, como mulher, representando a arte de fazer música, em um cenário de tantas desigualdades sociais, culturais e de representação feminina no forró. (O single) é mais um marco para minha carreira”, pontuou a artista ao portal Pretessências.