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ElaCRESCEU!

Empoderada desde que surgiu, aos 6, com o hit ‘Menina Pretinha’, MC Soffia chega aos 20 anos com cada vez mais o que dizer

por_Isaque Criscuolo de_São Paulo

Empoderada desde que surgiu, aos 6, com o hit ‘Menina Pretinha’, MC Soffia chega aos 20 anos com cada vez mais o que dizer

por_Isaque Criscuolo de_São Paulo

MC Soffia, rapper, cantora e compositora, é conhecida por suas letras empoderadas e ativismo social desde o início da carreira, aos 6 anos, com o lançamento do single "Menina Pretinha". Em 2017, foi considerada uma das mulheres mais influentes do mundo pela Lista 100 Mulheres do ano da BBC.

Todos os dias tenho que lutar contra a invisibilidade das mulheres no rap, machismo, racismo, falta de valorização econômica.

MC Soffia

Desde então, construiu uma trajetória sólida e inspiradora, tornando-se ícone de representatividade para meninas e mulheres negras ao utilizar sua música para abordar temas como racismo, machismo e desigualdade social.

Em sua jornada, colaborou com diversos artistas, incluindo Karol Conká na faixa "Fogo na Pista", Urias e Irmãs de Pau. Sua voz marcante e suas mensagens poderosas ecoaram em palestras na ONU e no Unicef, além de figurar em livros didáticos e teses acadêmicas. A artista também se destaca por sua atuação em outras áreas, como a moda, consolidando-se como uma multiartista engajada e inspiradora.

Neste papo com a Revista, Soffia fala sobre seu mais recente trabalho, o EP "It Girl Pt. 2”, e a importância da representatividade na música.

As letras do EP abordam temas como autoconfiança, empoderamento e amor próprio. Como você espera que essas mensagens impactem seus fãs, especialmente as meninas e jovens mulheres?

O rap tem esse compromisso de músicas com mensagem. Embora atualmente eu esteja focada mais nos ritmos e performances, trago sempre posicionamento positivo e leveza. Procuro sempre inovar em cada álbum. O "It Girl - Vol. 2" traz mais feats com artistas que gosto e respeito. Gravei meu primeiro dancehall, "Fogo Na Pista", com a participação especial da Karol Conká. No futuro, quero me dedicar mais aos ritmos africanos.

Você iniciou sua carreira muito jovem e já conquistou um espaço significativo na música. Como enxerga a evolução do seu trabalho ao longo dos anos? E qual propósito a move como artista?

Primeiro, agradeço por tudo de bom que sempre aconteceu na minha carreira, desde que eu era pequena. Conforme fui crescendo, fui me aperfeiçoando cada dia mais. O que me move é o carinho e respeito que meus fãs têm por mim. Quero atingir muito mais pessoas, levar minhas mensagens, fortalecer meninas e jovens!

Além da música, você também atua em outras áreas, como moda e ativismo. Como essas diferentes vertentes se complementam em sua carreira e contribuem para sua mensagem?

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Soffia, dona de uma trajetória notável: com só 20 anos, ela tem 14 de carreira

Eu gosto muito de moda, principalmente a da periferia, street. Acredito que a moda também é uma forma de se colocar no mundo, e a periferia é sempre supercriativa. Inclusive já desfilei para a marca Mile Lab, da Zona Sul de São Paulo, e visto as roupas do estilista Uabacaxi, do Rio de Janeiro.

Quais são seus maiores desafios e conquistas como uma jovem artista negra na indústria musical brasileira?

Sou uma artista independente. Todos os dias tenho que lutar contra a invisibilidade das mulheres no rap, machismo, racismo, falta de valorização econômica. Mas sigo lutando, tenho minha própria produtora e gravadora, colaboradores. Não tenho espaço físico ainda, mas o artista independente está crescendo muito, e tenho certeza que em breve terei mais essa conquista.

Como lida com a responsabilidade de ser um ícone de representatividade?

Fico feliz que minhas músicas cheguem às crianças e jovens e façam bem a elas. Ter representatividade é muita responsabilidade. Estou em livros didáticos de escolas públicas e particulares, em muitas teses de mestrado, em duas edições de um livro dos EUA, palestrei na ONU Mulher, enfim, faço um trabalho na música bem honesto e relevante. A diversidade na música é fundamental, mas ainda é preciso dar mais visibilidade para as mulheres. A arte em geral é muito importante na luta contra opressões e desigualdades. Não dá pra viver sem arte. A música me salva e salva as pessoas.

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